terça-feira, 24 de maio de 2011

Jorge Vercilo - Elo (2002)




Jorge Vercilo tenta dar o pulo do gato (mercadológico) neste CD, que aposta na máxima do "time que está ganhando". Se as ambições comerciais aventadas pela gravadora são altas, isso não parece ter perturbado o compositor, que segue seu estilo plácido e intimista de sempre. Aparentado (no vocal e na batida do violão) a Djavan e à grande turma de cantores influenciados pelo alagoano, Vercilo tenta no entanto impôr sua própria marca na MPB. Elo é mais um passo, pequeno mas seguro, nesta direção. Ainda que o disco não vá revolucionar muita coisa no panorama da música brasileira, apresenta um artista maduro e sabedor de que é mais prudente buscar a qualidade do que a originalidade.

As 14 faixas (que tornam o CD um tantinho longo) deixam-se escutar sem sobressaltos. Apesar de compor de forma bem homogênea, Vercilo, junto ao produtor Paulo Calazans, soube criar climas variados para cada canção. Assim, temos o suinguinho suave (com guitarras distorcidas) de Homem-Aranha, que abre o disco; prossegue-se com o suave pop percussivo, algo latino, de Que Nem Maré; e desemboca-se em brincadeiras ritmicas mais inusitadas, como o ensaio de baião de Do Jeito que For e o jazz-funk que surpreende na ambientação de Suspense. Outras praias e influências fazem-se notar na aproximação com o rhythm'n'blues (nos arranjos vocais de Celacanto e Rima) e nos momentos mais sutis do disco (o lirismo audível no piano de Fênix e nos delicados sopros de Suave).

Faixas:

01. Homem-Aranha(Jorge Vercilo)
02. Que Nem Maré(Jorge Vercilo)
03. Suave(Jorge Vercilo)
04. Do Jeito Que For(Jorge Vercilo/Marcelo Miranda)
05. Suspense(Jorge Vercilo/Zeppa)
06. Celacanto(Jorge Vercilo/Jota Maranhão)
07. Raiou(Jorge Vercilo)
08. Amanheceu(Jorge Vercilo)
09. Fênix(Jorge Vercilo/Flávio Venturini)
10. Quase(Jorge Vercilo)
11. Rima(Jorge Vercilo)
12. Olhos De Nunca Mais(Jorge Vercilo/Bráulio Tavares)
13. O Reino Das Águas Claras(Jorge Vercilo)
14. Que Nem Maré(Memê Mix)

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sábado, 7 de maio de 2011

Jorge Vercilo - Livre (2003)




Este é o quinto CD de Jorge Vercilo, uma das grandes revelações da música brasileira atual. São dez músicas inéditas que prometem, pelo seu conteúdo e por sua personalidade, sedimentar a carreira de Vercilo e marcar de forma definitiva seu nome na música brasileira. Quem quiser ouvir e se envolver com a sua música de forma superficial, irá conseguir; no entanto, quem se aprofundar em suas aparentemente ingênuas frases irá descobrir um campo mais denso e profundo. Várias de suas canções carregam essa dualidade em suas entrelinhas e melodias. E talvez este seja o maior mérito desse carioca que se diz confiante e esperançoso com o futuro do Brasil e do mundo - um futuro onde o homem será verdadeiramente Livre.

Faixas:

01. Monalisa(Jorge Vercilo)
02. Contraste(Jorge Vercilo)
03. Asas Cortadas(Jorge Vercilo/Jota Maranhão)
04. Invisível(Jorge Vercilo)
05. Xeque-Mate(Jorge Vercilo/Zeppa)
06. As Árvores(Jorge Vercilo)
07. Ventania(Jorge Vercilo)
08. Filmes(Jorge Vercilo)
09. Livre(Jorge Vercilo/Zeppa)
10. Canavial(Jorge Vercilo/Zeppa)
11. Contraste(Memê's Summer Heat Radio)
12. Monalisa(Memê's Disco Radio)

Músicos:

Jorge Vercilo - Violão em todas as faixas, exceto em 08.

Sérgio Galvão - Flauta em 01,02,07,09 e 10/Instrumento desconhecido em 04,05/Sax em 06,08,09

Zeppa - Violão Aço em 01/Violão Solo em 01,05/Guitarra em 02,03,05,06,09 e 10/Guitarra semi-acústica em 04/Violão flamenco em 07.

Alexandre Cavallo - Baixo elétrico em todas as faixas, exceto em 06 e 08/Baixo Fretless em 06 e 08.

Christiano Galvão - Bateria em todas as faixas.

Paulo Calasans - Teclados em todas as faixas, exceto em 08/Piano em 08.

João Bani - Percussão em todas as faixas, exceto em 08.

Marcelo Martins - Sax e Flauta em 02.

Produzido por Paulo Calasans e Jorge Vercilo.

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Motorocker - Igreja Universal Do Reino Do Rock (2006)




Primeiramente antes de dizer qualquer coisa, quero agradecer ao meu amigo Cristian do blog Blackdog por fazer eu conhecer a banda e ter disponibilizado o link.

“Igreja Universal do Reino do Rock” é o nome do primeiro disco autoral da banda curitibana Motorocker. Gravado em 2006, o trabalho já emplacou alguns sucessos nas noites da capital paranaense e nas rádios locais como a faixa título, “Blues do Satanás” e “Salve a Malária”. Antes de estrear com um trabalho próprio, o grupo adquiriu maturidade com o lançamento de um disco tributo ao AC/DC no circuito underground de Curitiba.

O trabalho assume destaque devido à honestidade do Motorocker. Em nenhum momento a banda demonstra que deseja fazer uma música inovadora, que soe diferente de seus ídolos australianos: o AC/DC. Vale lembrar que, antes de seguir o caminho de composições próprias, a banda se consagrou como a principal banda tributo de AC/DC do mundo, recebendo o aval dos integrantes originais. Na turnê do disco Ballbreacker (1996), realizada também em Curitiba, os irmãos Young e Brian Johnson afirmaram que “era a melhor banda tributo que ouviram até então”.

Para provar a fidelidade aos australianos, a bolachinha é encerrada com bônus track da cover “Back in Black”. É incrível a dificuldade que se tem para diferenciar a versão da original. A canção também inspirou a concepção visual do CD. A capa preta com o logo da banda em branco lembra o disco “Back in Black”, que se tornou o segundo mais vendido da música pop no início da década de 80, atrás somente de “Thriller” de Michael Jackson.

O trabalho tem dez canções. Metade é cantada em português e o resto é em inglês. Nas faixas em português, é que a banda demonstra seu estilo. Nas faixas em inglês como “Rock ‘N’ Roll Old Fashioned” e “Shadow Road” não é difícil confundir com a banda dos australianos.

Em “Igreja Universal do Reino do Rock”, o grupo celebra a ideologia musical de maneira bem humorada. “Rogai por nós ó deuses do Rock. Mantenham-nos longe da música pop. E que se explodam essas modas do inferno. Estas drogas passam mas o rock é eterno”, diz trecho da letra. Segundo a banda, a faixa título “cria o mundo ideal para os seus seguidores”.

Na maioria das canções, o grupo homenageia o público que acompanha o trabalho desde meados da década de 90, principalmente, em “Salve a Malária”.

Às vezes dá a impressão de se escutar Brian Johnson cantando em português, o que é engraçado e acaba imprimindo uma atmosfera de originalidade na música do Motorocker. Mesmo sem a intenção de ser diferente, o grupo consegue acidentalmente criar um estilo próprio.

O vocalista Marcelus Motorocker mantém o pique sem dificuldades. Fato justificado pelos inúmeros shows que realizou nas casas noturnas de Curitiba. Os riffs e solos do guitarrista Luciano Pico, como não poderiam deixar de ser, são inspirados no trabalho de Angus Young. A bateria de Juan exibe uma levada simples e segura como de Phil Rudd. O baixo marcante de Sílvio colabora com a cozinha que mantém o peso do Motorocker.

A produção do disco não pode deixar de ser mencionada. O som extremamente limpo não compromete o peso e só colabora com a qualidade final do trabalho. As dez faixas do CD resumem o estilo do Motorocker. Muito AC/DC somado ao bom humor brasileiro.

O disco de estréia da banda serve como um aviso à indústria da música. Em tempos de vacas magras no rock brasileiro, as grandes gravadoras poderiam deixar a exaustiva busca pela novidade e encontrar a felicidade no “bom e velho Rock ‘N’ Roll”.

Faixas:

01. Igreja Universal Do Reino Do Rock
02. Blues Do Satanás
03. Salve A Malária
04. O Caminho E As Verdades Da Vida
05. Tocando O Horror
06. Loudest Rock To Crownd
07. Shadow Road
08. Rock 'N' Roll Old Fashioned
09. Evil Hound
10. Back In Black

Músicos:

Marcelus dos Santos - Vocal
Luciano Pico - Guitarra Solo
Thomas Jefferson - Guitarra Base
Silvio Krüger - Baixo
Juan Neto - Bateria

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